terça-feira, 28 de junho de 2016

Ultra Trail Serra da Freita, caminhar com o coração!



Data: 25/06/2016
Hora: cada um começou ao seu ritmo
Km: +/- 14
Temperatura inicial: 24
Temperatura no fim: 28





O dia começou quente. Depois dos festejos de S. João e da folia mais um trail estava à minha espera, desta vez em Arouca. Mais um que ia fazer pela 1ª vez.

Apesar de ter feito a viagem sozinha, correu bem. Não é um percurso fácil pois a autoestrada só nos leva até meio, depois é uma estrada estreita de curva contra curva. Mas eu ia entusiasmada e confiante que ia correr bem e que não ia desistir como no último. Tinha me preparado, tinha me alimentado bem, hidratado bem, e sentia-me bem, pronta para fazer os 12 km.


Chegada a Arouca dirigi-me ao local de partida para levantar o meu dorsal. Tudo foi fácil e fluido e já estava preparada para começar. 

O dia continuava quente, estavam já 24 graus e ainda não eram 10h.

Aproveitei para tirar uma foto no pódio para ver a sensação! Quem sabe um dia estarei lá por mérito!

A caminhada não começava em Arouca. Fomos levados de camioneta até um parque de campismo no cimo da serra da Freita. Subimos, subimos, e pensei vai ser bom porque o trail vai ser sempre a descer, lol. Como era apenas uma caminhada cada um começou ao seu ritmo, sem tiro de partida. E lá fui....

O percurso no inicio subia um pouco mas nada de muito acentuado. Fui passando muitos caminhantes pois fui conseguindo ter um ritmo mais elevado logo no inicio, aproveitando para correr sempre que podia. Em mente, sempre a minha inflamação na anca e sempre a pedir para que não voltasse e me deixasse chegar ao fim.

No topo estava ainda um ligeiro nevoeiro, uma brisa suave. Foi bom para baixar a temperatura corporal e ajudar a ganhar ritmo.

Ouvia-se os pássaros e o sossego era total! Uma tranquilidade e paz em cada árvore ou pedra do caminho.

Depois começamos a cruzar-nos com os atletas dos 25 km. Eles a subir e nós a descer. Não foi fácil em algumas fases do caminho pois era muito estreito e com muitas pedras. Mas fomos nos cumprimentando, rindo, desejando boa sorte. E eu sentia-me bem, já tinham passado cerca de 7 km e eu sentia-me leve, bem-disposta, animada e sem dores.

Optei por ir tomando mel de 3 em 3 km, pois o açúcar ajuda-me bastante, mas esqueci-me que devia comer pelo menos a meio, mesmo tendo levado barras energéticas comigo! Foi um erro que paguei caro pois pelos 10 km comecei a sentir fraqueza e não deu para continuar com a mesma energia que tinha quando comecei. Foi uma falha minha, talvez porque estou habituada a ter abastecimentos e parar para repor; e mesmo tendo levado alimentos comigo achei que podia ir até ao fim apenas com o pequeno-almoço. Fica a lição para trails futuros!

Quanto à hidratação não foi problema. Além de me ter hidratado muito bem nos dias anteriores, fui sempre bebendo. Mesmo porque o calor ia apertando e era importante repor o suor que se ia perdendo. 

E a dor lá começou a aparecer e a impedir que também progredisse como queria. Era apenas ténue mas psicologicamente comecei a pensar se não seria melhor não forçar e apenas caminhar. Pelos 8 km perdi-me..... Fui seguindo sempre uma estrada e a certa altura deixei de ver as marcações. Tive que voltar para trás até encontrar o caminho. Já não tinha sido a 1ª vez neste trail; algures no meio da serra a marcação estava escondida dentro de uma casa abandonada e foi um morador que me ajudou indicando o caminho certo!

Retomado o caminho optei por caminhar. Estava com algum incómodo na anca, moída das descidas (parece uma contradição pois a maioria das pessoas prefere descer que subir, mas as descidas aqui eram muito acentuadas, íngremes e com muitas pedras, e se no início tentei correr, cedo percebi que não podia abusar pois podia escorregar ou torcer um pé nas pedras pequeninas ao longo da encosta), as pernas estavam cansadas de travar e também a falta de comida. Mas sem desculpas, não estava assim tão mal que me impedisse de chegar ao fim e dar o meu melhor.

E assim foi! Fiz quase 14 km em 2h51 e terminei a minha prova no local onde tinha levantado o dorsal. A acompanhar a minha chegada já havia muitos atletas dos 25 km, heróis não só pelos km, mas também por terem enfrentado o calor que já era alto. 

Heróis são também os atletas que completaram os 65 e os 100km!! Conseguem imaginar??? Eu não...

Descansei um pouco, bebi água e comi! E já estava pronta para regressar a casa. A viagem de volta correu tão bem como a ida e não senti os 50 e poucos km que separam o Porto de Arouca. Acabei como comecei, com energia, bem disposta e animada.

A minha inflamação passou, e não me incomodou muito, o que significa que está a passar. O que é uma boa notícia!

Já recuperada começo a pensar nos próximos desafios: Corrida Urbana de Santa Maria da Feira dia 09/07 e a Corrida da Costa Nova dia 16/07! Até lá!




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