PÃO: amigo ou inimigo?
História do Pão
O Pão é um alimento elaborado com farinha, geralmente de trigo ou outro cereal, água e sal. Foi produzido pela 1ª vez há 6000 anos e terá surgido juntamente com o cultivo do trigo, na região da Mesopotâmia, onde atualmente está situado o Iraque.
O pão levedado foi inventado no Egipto, onde, há cerca de 6000 anos atrás, seria descoberta, por acaso, a fermentação. No Antigo Egito, o pão pagava salários e os camponeses ganhavam três pães e dois cântaros de cerveja por dia de trabalho. Imaginem!!
As primeiras padarias surgiram em Jerusalém, após o contato com os egípcios, com quem os hebreus aprenderam as melhores técnicas de fabricação. Pouco tempo depois, já existia na cidade uma famosa rua de padeiros.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que as pessoas comam 50 kg de pão por ano. O país que mais come pão é Marrocos, sendo que em média cada marroquino come 100 kg de pão por ano.
O pão engorda?
Afinal, podemos comer pão? O pão engorda? Quantas calorias tem? O pão integral engorda menos?
Podemos comer pão, SIM! Um bom pão é uma excelente fonte de hidratos de carbono (o nosso principal fornecedor de energia), e uma boa fonte de proteína (8-10% de proteína vegetal), fibra e vitaminas B. Infelizmente é também uma “excelente” fonte de sal!
É um alimento adequado para todas as idades e só não deve comer pão pessoas que tenham graves intolerâncias alimentares aos cereais que o compõe (normalmente o trigo), como na doença celíaca, e/ou aos fermentos (normalmente utilizados no fabrico de pão), e as pessoas que sabem que são hipertensas, devendo optar por comer apenas pão com baixo teor de sódio.
O pão, por si só, não engorda. Ou melhor por, obviamente, ter calorias, engorda tal como qualquer comida com calorias semelhantes, se se comer em demasia. Ou seja, devemos comer pão moderadamente e, de preferência, sem muita gordura adicionada. O que engorda é o consumo excessivo de carboidratos, bem como de qualquer outro macronutriente, como proteínas e gorduras.
Existem dois tipos de carboidratos: os simples e os complexos. Os simples estão presentes nos alimentos de sabor adocicado, como mel, geleia, leite, açúcar e frutas. Já pães, massas, arroz, cereais, batata e farinha pertencem ao grupo dos carboidratos complexos.
Devemos preferir uma alimentação equilibrada, composta por verduras, legumes, frutas, feijões e carboidratos complexos integrais. Os alimentos integrais são digeridos mais lentamente e, por isso, dão uma sensação maior de saciedade, além de conterem fibras que ajudam a regular o intestino. Neste caso, o pão integral pode ser uma opção melhor do que o pão branco.
Um pão tem cerca de 250-280 calorias por 100 gramas. Por exemplo, uma fatia generosa terá cerca de 40 g e 110 calorias. O pão integral é preferível ao branco mas as calorias são semelhantes, por isso não é “por aí” que se engorda menos. Ninguém deve comer menos que 1200 kcal por dia, e preferencialmente não menos que 1800 kcal, por isso faça as contas e sorria!!
O que é glúten?
Falar do glúten está na moda! Eu própria descobri recentemente que sou ligeiramente intolerante ao glúten e tive que proceder a algumas alterações e ajustes na minha alimentação.
O glúten é uma proteína encontrada nos cereais (trigo, centeio, aveia e cevada) e, portanto, está presente no pão. Essa proteína possui uma capacidade elástica que permite o pão ficar fofinho e saboroso, por não deixar arrebentar aqueles buraquinhos que se formam na massa quando ela cresce, ou seja, fermenta.
Mas ao contrário do que afirmam os defensores da dieta do glúten, uma dieta da moda que invade ginásios e lojas de produtos naturais, até o momento, não há razão para crer que o glúten faça mal a pessoas que não possuem a doença celíaca.
Além disso, no glúten, está presente um aminoácido chamado glutamina que é essencial para nutrir as células do intestino.
Se precisar mesmo de comer pão sem glúten, existem hoje em dia algumas opções no mercado. Eu consumo pão sem glúten que compro em qualquer supermercado. Caso prefira uma alternativa mais específica pode encontrar nas lojas Celeiro (www.celeiro.pt) ou no mercado biológico Ideal Bio (Rua de 5 de Outubro, no Porto). O Ervanário Portuense (www.ervanarioportuense.pt) vende uma marca chamada Miolo (www.miolo.pt) que já experimentei e é muito bom.
Qual o melhor pão?
A diferença principal está no tipo de farinha de trigo utilizada na fabricação do pão. O integral é feito, geralmente, com uma mistura de farinha integral (40%-70%) e farinha branca, enquanto que o pão branco é feito apenas com a farinha resultante do grão de trigo.
O pão integral tem na sua composição vitaminas e minerais importantes para o funcionamento do nosso organismo, como a Vitamina B1 que é importante para nutrir as células dos músculos e do sistema nervoso a Vitamina B2 que é muito importante para o desenvolvimento e renovação das células, a Vitamina E, que está presente no germe do trigo, e é um nutriente importante no retardamento do envelhecimento celular. O trigo integral ainda contém minerais como o cálcio, o magnésio e outros. Outro ponto importante é a riqueza de fibras, que vai ajudar no funcionamento intestinal e na eliminação de resíduos de gordura da digestão presentes no intestino.
O pão integral tem um tempo de liberação das moléculas de açúcar de forma mais lenta.
Como saber se o pão é integral de verdade?
Existem muitos tipos de pães fabricados apenas com a adição de uma porção de farelo de trigo, o que vai enriquecer o pão com as fibras, mas o pão fica sem a presença do germe do trigo. Então para ser considerado integral, o pão tem que ter a presença de todos os componentes do grão de trigo original, que é a película mais o germe do trigo. O ideal é que todas as embalagens tivesse o rótulo com a composição dos ingredientes que foram utilizados na sua composição. Se tiver apenas a adição de farelo, não dá para ser considerado pão integral, mas sim pão enriquecido com fibra.
Envio 5 receitas de pães saudáveis para fazerem em casa.
Também recomendo uma visita ao Museu do Pão situado em Seia, em plena Serra da Estrela. É um complexo museológico onde é possível fazer uma pequena viagem ao maravilhoso mundo do Pão.
Abriu em Setembro de 2002 com mais de 3.500 m2 de área coberta, constituindo-se assim este Museu do Pão como um dos maiores, senão o maior, Museu do Pão em todo o mundo.
Gostei imenso da visita e de toda a informação disponível. Fiquei a saber mais sobre este alimento, a sua confeção e origem.
Não é difícil chegar ao museu mas para estacionar é um pouco mais complicado pois este fica numa subida íngreme.
Horário: terça a sexta e ao domingo das 10h às 18h
sábado das 10h às 22h
Preços: adultos € 5; crianças e reformados € 3
O museu possui também um restaurante, que não tive oportunidade de conhecer mas que acho valer a pena a visita. Está aberto de terça a sexta do 12h30 às 15h30, ao sábado ao almoço e jantar das 12h às 15h30 e das 19h30 às 22h30 e ao domingo ao almoço do 12h30 às 16h.
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