terça-feira, 26 de abril de 2016


Meia Maratona de Aveiro - Sem ovos moles mas com muita coragem!


Data: 25/04/2016
Hora: 10h30
Local: Aveiro
Km: 21 em estafeta
Sensações: muito calor, sem água mas com vontade!




Ontem, dia da Liberdade, foi também dia da Meia Maratona de Aveiro. Uma corrida com bastantes expetativas pois ia fazer em estafeta, pela 1ª vez, com a minha amiga Patricia Lopes e era também a 1ª vez que ela fazia 10 km seguidos em asfalto.

A viagem começou às 08h30, em boa companhia (além da Patricia, na viagem levei a Ana Luis Reis e o Miguel), num dia fantástico de sol. 40 minutos depois já estava em Aveiro, e embora o GPS tenha indicado mal o caminho conseguimos chegar a horas. Estacionado o carro, mesmo junto à partida, era hora de apetrechar para enfrentar o calor e partir.

Todos eles ficaram por ali mas eu tinha um comboio turístico para apanhar uma vez que, como ia fazer a prova em estafeta, tinha que me deslocar até ao meio da prova.

A viagem de comboio foi engraçada....


Este ia repleto de corredores empenhados, sorridentes, bem dispostos e confiantes num bom resultado. O comboio percorreu alguns pontos da cidade, as salinas e terminamos na zona da troca do estafeta.

Chegamos cedo, ainda a prova não tinha começado. O calor já apertava! Ainda não eram 10h30 e já estavam 20 graus, por isso a espera não ia ser fácil.

Aqui faço a 1ª crítica à organização. A zona de troca de estafeta era ao sol, sem casas de banho, nem nenhum apoio. O ponto positivo foi que estive a apanhar sol, mas acho que só seria realmente positivo se pela frente não tivesse 11km já no pico do dia. Por sorte, havia uma fábrica aberta perto e o segurança foi simpático e deixou-me usar o wc.

Não era o mais limpo do mundo mas foi útil!

Enquanto esperava pela minha companheira, torcendo para que a prova lhe estivesse a correr bem, fui observando os corredores que iam chegando, quer os que iam fazer a meia, quer os que terminam e davam a vez a outros. Foi o que ajudou na espera que já ia longa. Os amigos iam passando e eu continuava à espera da Patricia.


Ao fim de 1h e pouco lá vinha ela, cansada, via-se na cara dela, mas feliz porque os seus primeiros 10 km estavam a chegar ao fim. Fotografei, dei-lhe um abraço e preparei-me para partir. Tinha 11km pela frente debaixo de um sol tórrido, como será que ia correr? Aqui cometi o meu 1º erro, devia ter bebido enquanto estive à espera para me hidratar, mas com o stress de esperar e depois a ver passar os atletas acabei por não o fazer o que me custou caro durante a prova. Hidratar é fundamental, principalmente em dias quentes. Ainda cometi outro erro, que foi não me alimentar enquanto esperei, pois já tinha tomado o pequeno-almoço há 3 horas atrás, mas contava com um abastecimento sólido aos 15km, como é usual em meias maratonas.....

Porque a hidratação na corrida é fundamental?

O consumo adequado de líquidos antes, durante e depois de uma atividade física é fundamental para otimizar o desempenho e proteger a saúde e o bem-estar do atleta. Quando estamos a correr a temperatura do corpo aumenta rapidamente e começamos a suar para eliminar o calor. Neste processo, perdemos líquidos e sais minerais como sódio e potássio, fundamentais para o bom funcionamento do organismo e, se não houver reposição deste líquido o organismo ficará desidratado.


A desidratação reduz o volume do sangue. A frequência cardíaca aumenta à medida que o coração faz mais esforço para atender ao organismo que tenta manter o fornecimento sanguíneo para os músculos ativos e órgãos vitais.

A desidratação causa fadiga precoce e um superaquecimento, por conta do fornecimento inadequado de sangue. Isso explica porque a desidratação compromete o desempenho e aumenta o risco do surgimento de doenças provocadas pelo calor. Até mesmo um pequeno grau de desidratação pode afetar negativamente o desempenho, ainda mais se o exercício estiver a ser realizado em condições ambientais quentes. A desidratação afeta a força muscular, aumenta o risco de cãibras e hipertermia, afeta o desempenho e a recuperação.

E foi isto que me aconteceu ontem. Aqui entra a 2ª critica à organização. Quando a minha companheira chegou já não teve água e teve que esperar a partida do comboio para a levar de volta a Aveiro e comprar água no Pingo Doce pois a organização não tinha água na meta! Isso eu ainda não sabia mas iria saber em breve....

Comecei então a minha prova. Devido ao meu erro de não me hidratar antes, aos 3 km estava já um pouco desidratada mas na esperança de ver chegar o km 5 da minha prova (15 km da geral) para beber água e comer qualquer coisa. Pelo caminho ninguém, além de quem corria enfrentando o sol e a paisagem árida que nos envolvia.

Nova critica à organização, a 3ª. Chegada ao abastecimento, qual não é o meu espanto quando encontro copos com água e coca cola, em vez de garrafas, e nem um alimento sólido. Ora para satisfazer a sede imediata até podiam ter uma mangueira (até seria bom para refrescar o corpo) mas para ainda fazer os 6 km que faltavam uma garrafa teria sido útil para ir bebendo. Aqui paguei o meu 2º erro, pois acreditei que ia ter que comer no meu 1º abastecimento....

A energia ia acabando e ainda faltava metade....

A partir daqui foi contar os km para acabar, numa mistura de corrida com caminhada e num sofrimento tolerável mas desnecessário se, eu tivesse tido mais cuidados, mas também se a organização tivesse tido mais consciência de alguns pormenores.

Já se sabia que ia estar calor, já se sabia que a prova começava às 10h30 (na minha opinião tarde para uma data em Maio), já se sabia que há pessoas que pegam em mais que uma garrafa nos abastecimentos, já se sabe que há sempre alguém que precisa de ajuda durante as provas longas, não ter apoio durante toda a prova confesso que nunca tinha visto e também já se sabe que no fim de 21km ao sol ter água na meta é um mínimo....

1h22 depois cheguei à meta.... Fiquei feliz de chegar e nem ligo ao tempo que fiz, pois só eu sei o que me custou e o que sofri para chegar. Fiquei a saber que tinha havido pessoas a desistir por causa da falta de água e pessoas com problema de desidratação, por isso considero que tive sorte! E chegada à meta só tive água porque a minha amiga tinha ido ao Pingo Doce comprar para ela e guardou um bocadinho para mim. Obrigada!

É certamente uma corrida que fica para a minha história. Com alguns pontos negativos, que penso serão corrigidos para o ano, pois aprendemos com os erros; mas com muitos pontos positivos também: companheirismo na viagem, o sucesso da Patricia ao chegar ao fim dos primeiros 10 km, a solidariedade entre atletas, a primeira meia maratona que fiz em estafeta, a amizade na partilha da água e a perseverança de ver um objetivo chegar ao fim.

Uma corrida, 2 etapas, uma equipa!




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